data-filename="retriever" style="width: 100%;">Na noite da última sexta-feira, dia 24 de janeiro, depois de muitos anos, voltei ao campus da UFSM. Desta vez, por um motivo muito especial ao meu coração. Era a colação de grau da minha neta Amanda, a primeira de seis netos a concluir seu curso superior. Jovem ainda, estava se formando em Engenharia de Produção. Outros virão.
A cerimônia, realizada no belo Centro de Eventos da UFSM, foi impecável. Poltronas confortáveis para um público ao redor de mil pessoas que lotava totalmente o local. Som, acústica e audiovisuais perfeitos. Sistema de climatização ambiental funcionando rigorosamente bem. Horário de início da cerimônia cumprido à risca. Parentes felizes. Convidados emocionados.
Enquanto aguardava o início da cerimônia, fiquei a lembrar dos anos 60, quando fiz vestibular na UFSM e iniciei meu curso de Agronomia. Naquela época, as turmas faziam as chamadas "associações de turma" para juntar fundos, desde o primeiro ano, para pagar as despesas das solenidades de formatura. Todos os alunos pagavam uma mensalidade rigorosamente recolhida. Lembro de episódios grosseiros que ocorriam, pois alunos que não pagavam as mensalidades eram discriminados e não participavam das solenidades de final de curso. Época em que as diferenças sociais eram mais acentuadas ainda, por incrível que isso possa parecer hoje.
A cerimônia reuniu cerca de cem alunos de 11 cursos de Engenharia do Centro de Tecnologia da UFSM e, pelo que entendi, foi a primeira formatura integrada da instituição. E que esse modelo de formatura integrada deverá ser estendido para todos os demais "Centros" da UFSM. A importância é que esta cerimônia única, democrática, muito bem organizada e bancada pela UFSM, não custou um só tostão aos formandos, como ocorria antigamente. É uma medida que merece ser elogiada, principalmente levando-se em conta que de todos os alunos regularmente matriculados na UFSM atualmente, cerca de 5 mil são de famílias cuja renda mensal é inferior a 1,5 salário mínimo, tanto que necessitam de auxílios especiais da instituição para nela se manter e concluir seus cursos.
A cerimônia de formatura foi transmitida ao vivo pela TV Universidade, alegrando àqueles que estão longe e são ligados aos formandos, como o caso daminha filha Cristina, que mora em Itajubá, sul de MG, madrinha da Amanda e que assistiu tudo pela internet.
O reitor encerrou a cerimônia e relembrou certos fatos para os parentes e amigos dos formandos. A UFSM foi a primeira universidade federal do Brasil fora das capitais.
A UFSM é a 10ª instituição de Ensino superior do mundo com maior produção científica realizada por mulheres, segundo o levantamento feito em 2019 pelo Centro de Estudos da Ciência e Tecnologia da Universidade de Leiden, na Holanda, fato divulgado na semana passada. No Brasil, a UFSM fica em terceiro lugar. A UFSM está entre as 10 universidades mundiais com maior percentual de pesquisadoras e com 26 cientistas mulheres no rol de maior produtividade do CNPq.
Mas o número divulgado pelo reitor - do qual eu não tinha conhecimento - e que mais me chamou atenção foi o número de profissionais que a UFSM já formou nesses 60 anos de existência: foram 180 mil profissionais de todas as áreas do conhecimento humano! Fiquei feliz ao saber que participei como professor por 40 anos na construção dessa obra. Que Amanda se formou agora. Que mais dois anos estarei lá vendo meu neto Tarso se formar em Medicina. E se Deus for generoso - e por milagre - verei a formatura dos outros quatro.
Meus amigos: algo em Santa Maria pode ser comparado à grandiosidade da UFSM? Temos de defendê-la sempre!